segunda-feira, 24 de março de 2014

Principais lesões no tênis .

Fonte: http://www.ricardotakahashi.com.br

 
     O tênis é um jogo em transição de um esporte que requer coordenação, agilidade e habilidade específica para o tênis e que também demanda potência e condicionamento físico. Entretanto, esta evolução não tem alterado a epidemiologia das lesões no tênis. A maioria são torções ou lesão por sobrecarga repetitiva.

     Lesões traumáticas agudas que são relativamente incomuns incluem: estiramento dos adutores, reto femural, isquitibiais, entorse de tornozelo e ocasionalmente lesão meniscal. Tennis Leg é uma ruptura parcial da cabeça medial do gastrocnêmio durante uma arrancada da perna afetada, enquanto que Tennis Toe é um hematoma subungueal causado pela compressão dos dedos dentro do tênis e ocorre mais comumente em quadras duras. 


     A “canelite” e a síndrome do estresse tibial medial pode ocorrer em tenistas que mudam seus hábitos de treinos. Os tenistas podem reclamar também de fasceíte plantar, calos e bolhas (mãos e pés). Bolhas são mais comuns durante os tempos quentes e úmidos, com calçado novo, ou deslizamento do pé no calçado em superfícies de alta fricção (quadra dura).

   O Tenis Elbow (epicondilite lateral - cotovelo de tenista) tem sido relatado tendo como fatores de risco como: mecanismo do golpe, idade, freqüência de jogo e vibração da raquete. A epicondilite lateral geralmente ocorre em praticantes recreacionais entre 30 a 50 anos de idade (três a quatro vezes por semana) ou inexperientes que não tenham boa técnica, particularmente o backhand e inadequado condicionamento. Raquetes pesadas, rígidas, com tensões altas na corda e empunhadura de tamanho incorreto são também fatores que contribuem para a lesão.
A epicondilite medial é menos comum do que a epicondilite lateral, mas pode ser visto em jogadores que tentam bater na bola com excessivo “top spin” (efeito) no forehand ou máxima pronação no saque.

     A fratura por estresse na ulna tem sido reportado por tenistas que usam o backhand com duas mãos. Problemas no ombro são comuns em jogadores mais velhos e em tenistas de elite. A maioria dos problemas do ombro são similares a esses de outros atletas de arremesso: pinçamento e instabilidade. Tem sido encontrado em ombro dominante de tenistas de elite aumentada flexibilidade na rotação externa e diminuída flexibilidade na rotação interna. 

     Lesões no punho em tenistas podem ocorrer de trauma direto ou mais comumente por sobreuso. A síndrome De Quervain, tendinite do extensor radial curto e longo do carpo e do flexor ulnar do carpo, podem resultar de estiramento excessivo dos músculos durante o saque, excessiva contração excêntrica dos músculos que estabilizam o punho nos golpes que não atingem o centro da raquete ou técnica inadequada. Lesão da fibrocartilagem triangular pode ocorrer em tenistas com dor no punho no lado ulnar.


     O golpe mais associado com lesões no tênis é o saque, geralmente também considerado o mais importante golpe no jogo. Este é o mais agressivo dos golpes e requere movimento intergrado das pernas, tronco e braços para minimizar riscos de lesões e maximizar performance. As forças de reação do solo são transmitidas para a coluna pelos joelhos e quadris, forçando a lordose e rotação externa do ombro. Músculos como o reto abdominal, oblíquos internos e oblíquos externos flexionam e rodam a coluna no saque. A fáscia toracolombar age como ponto de origem para múltiplos músculos paravertebrais que contraem excentricamente para desacelerar a flexão da coluna. Como resultado disso temos: 
     Estiramento do reto abdominal, músculo paravertebrais e lesão miofascial toracolombar. A força de rotação axial e flexão lateral também pode produzir hérnia discal. A espondilólise ocorre ocasionalmente em tenistas, presumidamente devido a hiperextensão repetitiva. A disfunção da articulação sacroilíaca é relativamente comum em tenistas, sendo o mecanismo mais comum o salto durante o saque, saltar sobre um membro pode induzir a uma translação pélvica e uma flexão/rotação da coluna em uma rotação interna do fêmur. Fratura por estresse da articulação sacroilíaca também tem sido reportado nesses atletas.

     Acima de 40% dos tenistas profissionais, desistem de um torneio por ano devido a dor lombar.

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