sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

O jogo interior do tênis.



     Timothy Gallwey é considerado por muitos o “pai do Coaching”. Tenista profissional e capitão do time da Universidade de Harvard, Gallwey passou a atuar como treinador de tênis na década de 70. Já no início de sua carreira, percebeu que os treinamentos convencionais pecavam em não abordar questões comportamentais que comprometiam a performance dos atletas. Entendeu que sua melhor contribuição como treinador não era ensinar e sim ajudar os alunos no processo de aprendizado, dentro daquilo que fazia sentido para cada um.

     Essa abordagem fez grande diferença em sua forma de trabalhar, pois o fez pensar sobre o que se passava na cabeça dos tenistas enquanto estavam treinando, os diálogos internos que aconteciam no momento em que entravam na quadra. Concluiu que uma partida de tênis é jogada, simultaneamente, em dois níveis: na quadra e na mente. 
     O jogo interior, aquele que ocorre na mente do jogador, é disputado contra adversários como falta de concentração, ansiedade, insegurança, medo, nervosismo – enfim, toda interferência capaz de inibir o bom desempenho do atleta. Invisíveis, esses adversários costumam ser muito mais poderosos que o oponente do outro lado da rede.

     Como forma de preparar-se para ajudar seus atletas a derrotar os adversários do jogo interior, Gallwey passou a estudar técnicas de meditação e aprofundou-se nos estudos sobre comportamento e desenvolvimento humano. O resultado desse trabalho foi publicado no livro “O Jogo Interior de Tênis”. O novo método de treinamento desenvolvido por Gallwey fez tanto sucesso que em pouco tempo foi levado para outros esportes e também para a música. Mais tarde o método foi adaptado para o ambiente corporativo, no desenvolvimento de competências através do Coaching.

     Segundo Gallwey, a performance de um jogador equivale ao seu potencial menos as interferências. Ao analisar o ambiente corporativo, facilmente conclui-se que a mesma definição de performance pode ser aplicada ao contexto profissional. Os adversários do jogo interior nas empresas não parecem ser muito diferentes daqueles observados no esporte. Frequentemente, profissionais das mais diversas áreas de atuação travam embates internos contra o medo, insegurança, desmotivação, falta de concentração, frustração e falta de perspectiva. Quando não conseguem vencer esses oponentes, deixam a desejar em desempenho e resultados.

     O treinamento contra os oponentes do jogo interior passa invariavelmente por autoconhecimento. Reconhecer a origem das interferências negativas é o primeiro passo. Questionar a validade dessas interferências é ainda mais importante, pois muitas delas podem estar baseadas em crenças que foram válidas no passado, mas que já não fazem mais sentido. Para aquelas que permanecerem válidas, cabe o exercício de ampliar o campo de visão, de explorar as possibilidades e os recursos disponíveis para que possam ser eliminadas. Será que tudo já foi tentado? O que é possível aprender com os resultados obtidos até aqui? O que pode ser feito de forma diferente? Que recursos estão sendo deixados de lado? Que pontos fortes podem ser utilizados nessa questão? Que pessoas podem contribuir com uma nova perspectiva? 

     O jogo interior faz sentido para você? Da forma como você está jogando, sente-se mais próximo ou mais distante de seus objetivos de carreira?

Fonte: administradores.com.br

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