quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

A vida de um fisio da ATP - Alejandro Resnicoff


Tênis Profissional

Por Ariane Ferreira (http://tenisnews.band.uol.com.br) -

     Eles têm três minutos para acabar dores e devolver tenistas à partidas. Entretanto, pouco fãs do esporte conhecem o trabalho da equipe de fisioterapia da ATP. Por isso, conversamos com o argentino Alejandro Resnicoff.


     Alejandro Resnicoff é um dos 15 terapeutas que trabalham no circuito viajando por todo o mundo para prevenir, cuidar e tratar de todos os atletas do circuito profissional.
      Há seis anos trabalhando para a Associação dos Tenistas Profissionais (ATP) e há 19 no tênis, Resnicoff foi tenista quando jovem , mas conta que optou pelos estudos da fisioterapia por outras razões não ligadas a qualquer esporte. "Para ser sincero, nunca pensei em trabalhar com tênis, esporte, com jogadores em individual como já fiz, mas as coisas foram acontecendo", contou.
      Fluente em português, português mesmo nada de portunhol, italiano, e obviamente em espanhol, Resnicoff é poliglota como a maioria dos profissionais do circuito para tornar ainda mais fácil a vida dos jogadores em todo o mundo.
      "Somos fisioterapeutas. Antigamente não era assim na ATP, eram todos trainers. Inclusive na TV falam isso sempre quando estamos em quadra, mas não existem mais traines. Temos uma formação diferentes", iniciou Resnicoff falando sobre sua função no circuito mundial.
     "Cuidamos dos jogadores durante os torneios, ou seja: antes, durante e depois dos jogos. Tanto as lesões que venham a ter como em nível preventivo em função do jogo ou da carga do jogo. Também das viagens", prosseguiu o argentino que contou que o fato de conhecerem a todos os jogadores a muito tempo isso facilita na resolução de um "problema que possa surgir" ou na prevenção de um pré-existente.
     Resnicoff revela que a equipe de fisioterapeutas da ATP trabalha basicamente com a prevenção, seja ela dada no aquecimento para uma partida a até, inclusive, preparar planos de curto, médio e longo prazo em "função de alguma deficiencia que o jogador possa apresentar. "A gente avalia, faz um plano e dá a ele ou mesmo plano de recuperação de lesão 'aguda' ou que ocorra em função de alguma carga excessiva", comentou.
     O trabalho de Alejandro Resnicoff e seus colegas realmente aparece quando são chamados à quadra em virtude de algum problema com os tenistas e em 'milagrosos' três minutos solucionam praticamente todos os tipos de problemas. O argentino falou sobre a pressão do momento em quadra: "De fato a gente trabalha com pressão Pois quando se está na quadra sempre se trabalha com pressão.     
      Lidamos com isso o tempo todo. Quando um jogador te chama na quadra a gente tem que seguir um regulamento que temos, que consiste basicamente em fazer uma avaliação o mais rápido possível. Porque há outro jogador na quadra e o jogo precisa ficar parado menos tempo possível, para evitar prejuízo para o outro jogador. E nesse período, decidir se vai tratar ou não, essa lesão, também com base no regulamento. Existem lesões que podem ser tratadas e outras que não podem ser tratadas", esclarece.
     Resnicoff ainda pontua: "A gente lida com a pressão o tempo todo. E também tem uma coisa que sempre está ali é até você chegar e ver, você não sabe se é uma lesão legítima ou não. Por isso, a avaliação tem que ser muito precisa".
O argentino conta que havendo possibilidade de tratamento da lesão, os três minutos são suficientes. Alejandro também destacou que as lesões que são tratadas em quadra são as que realmente melhorarão neste pequeno período de tempo. A ideia, segundo o fisioterapeuta é que o jogador volte melhor para um bom jogo.
      Alejandro contra que eles, enquanto profissionais, podem sugerir aos atletas que se preservem, até mesmo para sair de um jogo, mas pontua que "a decisão final é sempre do jogador. Tanto a de se retirar como a de continuar. O que podemos a gente pode orientá-lo é que de acordo com o problema que ele pode vir a ter em razão da lesão ou se pode se agravar no jogo. Sempre alertamos os prós e contras", revelou.
      Ainda de acordo com o profissional argentino, em casos de inconsciência ou mesmo um problema em que o tenista não "teria a claridade mental para compreender a própria situação", são outros profissionais do staff da ATP que decidem, sob orientações dos fisioterapeutas.
     O fisioterapeuta contou ainda que uma das maiores queixas dos jogadores no pós jogo são dores e desgastes causados pela carga física do jogo em si. Entretanto pontuou que as condições do torneio tornam as reclamações comuns àquela semana e deu exemplos.
      "Você tem um torneio que se joguem lugar quente, ou em um dia de muito calor, no saibro, e tem dois jogadores que jogam rallies longos e fazem três horas de jogo. Aí no mesmo torneio um jogo com dois sacadores, que definem na segunda bola. No primeiro caso será uma série de demandas causadas pelo desgaste físico. No outro, pode gerar necessidade de trabalho com uma patologia (lesão) específica", exemplificou.

      O argentino contou como é a vida no circuito viajando mais de 30 semanas por ano ao redor do mundo: "É bom, mas cansativo. Todos nós da ATP, não só fisios, temos as mesmas dificuldades viajando, a maioria de nós tem família, então é muito duro. Mas temos um entrosamento muito bom entre nós. Trabalhamos com um time muito bom e isso nos ajuda para que tudo flua melhor. Em qualquer escritório ou ambiente de trabalho tendo o clima positivo, as coisas são sempre melhores. A gente diz que temos o privilégio de trabalhar com o que a gente gosta e no que sempre desejamos. No que é o melhor do tênis. Assim como os jogadores pagamos um custo alto".

     Os fisioterapeutas também são muitas vezes o único apoio que tenistas têm no circuito, pois não viajam com equipe com treinador, seu próprio fisioterapeuta e preparador físico.


sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

O jogo interior do tênis.



     Timothy Gallwey é considerado por muitos o “pai do Coaching”. Tenista profissional e capitão do time da Universidade de Harvard, Gallwey passou a atuar como treinador de tênis na década de 70. Já no início de sua carreira, percebeu que os treinamentos convencionais pecavam em não abordar questões comportamentais que comprometiam a performance dos atletas. Entendeu que sua melhor contribuição como treinador não era ensinar e sim ajudar os alunos no processo de aprendizado, dentro daquilo que fazia sentido para cada um.

     Essa abordagem fez grande diferença em sua forma de trabalhar, pois o fez pensar sobre o que se passava na cabeça dos tenistas enquanto estavam treinando, os diálogos internos que aconteciam no momento em que entravam na quadra. Concluiu que uma partida de tênis é jogada, simultaneamente, em dois níveis: na quadra e na mente. 
     O jogo interior, aquele que ocorre na mente do jogador, é disputado contra adversários como falta de concentração, ansiedade, insegurança, medo, nervosismo – enfim, toda interferência capaz de inibir o bom desempenho do atleta. Invisíveis, esses adversários costumam ser muito mais poderosos que o oponente do outro lado da rede.

     Como forma de preparar-se para ajudar seus atletas a derrotar os adversários do jogo interior, Gallwey passou a estudar técnicas de meditação e aprofundou-se nos estudos sobre comportamento e desenvolvimento humano. O resultado desse trabalho foi publicado no livro “O Jogo Interior de Tênis”. O novo método de treinamento desenvolvido por Gallwey fez tanto sucesso que em pouco tempo foi levado para outros esportes e também para a música. Mais tarde o método foi adaptado para o ambiente corporativo, no desenvolvimento de competências através do Coaching.

     Segundo Gallwey, a performance de um jogador equivale ao seu potencial menos as interferências. Ao analisar o ambiente corporativo, facilmente conclui-se que a mesma definição de performance pode ser aplicada ao contexto profissional. Os adversários do jogo interior nas empresas não parecem ser muito diferentes daqueles observados no esporte. Frequentemente, profissionais das mais diversas áreas de atuação travam embates internos contra o medo, insegurança, desmotivação, falta de concentração, frustração e falta de perspectiva. Quando não conseguem vencer esses oponentes, deixam a desejar em desempenho e resultados.

     O treinamento contra os oponentes do jogo interior passa invariavelmente por autoconhecimento. Reconhecer a origem das interferências negativas é o primeiro passo. Questionar a validade dessas interferências é ainda mais importante, pois muitas delas podem estar baseadas em crenças que foram válidas no passado, mas que já não fazem mais sentido. Para aquelas que permanecerem válidas, cabe o exercício de ampliar o campo de visão, de explorar as possibilidades e os recursos disponíveis para que possam ser eliminadas. Será que tudo já foi tentado? O que é possível aprender com os resultados obtidos até aqui? O que pode ser feito de forma diferente? Que recursos estão sendo deixados de lado? Que pontos fortes podem ser utilizados nessa questão? Que pessoas podem contribuir com uma nova perspectiva? 

     O jogo interior faz sentido para você? Da forma como você está jogando, sente-se mais próximo ou mais distante de seus objetivos de carreira?

Fonte: administradores.com.br

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Novidades sobre tendinites no atleta.

Todo mundo ouve falar de tendinites, mas o que poucos sabem é que a maior parte de lesões dos tenistas são as chamadas tendinoses. Um nome complicado para dizer que o seu tendão tem uma degeneração, e em alguns casos ele pode até estar rompido sem você saber.
 
 
 
Todo tendão pode inflamar, e todo tendão pode se desgastar, em virtude de sobrecargas agudas ou crônicas. Muitos tenistas já devem ter sentido isso na pele, ou melhor, no cotovelo, no ombro ou no joelho.O importante em todo caso de tendinite é FAZER UM DIAGNÓSTICO PRECISO DO QUE ESTÁ ACONTECENDO NO TENDÃO. Se for uma inflamação devemos tratar de um modo – geralmente remédios e uma a duas semanas de fisioterapia resolvem. Se o tendão estiver degenerado (em outras palavras, desgastado, a ponto de ter às vezes rupturas) devemos tratar de outra forma. Hoje em dia os melhores exames para diagnosticar adequadamente a lesão são o ultra-som e a ressonância magnética.
 
As tendinites crônicas podem ser tratadas por vários métodos, e dentre eles, nos últimos anos, alguns novos procedimentos foram incorporados no arsenal terapêutico. Vamos falar um pouco sobre alguns deles.
 
 
ONDAS DE CHOQUE - é um tratamento realizado com um aparelho específico para isto, que geralmente é indicado para tendinites calcificadas ou crônicas do ombro, cortovelo e pé (calcâneo). Muitos trabalhos na literatura mundial falam do seu benefício no tratamento, inclusive com trabalhos randomizados e prospectivos. Acho um caminho interessante para alguns casos (como as tendinites calcificadas), porém pessoalmente não uitilizo em meus pacientes. O custo é relativamente elevado - ao redor de 800 a 1.000 reais por aplicação (preços médios para a cidade de São Paulo)
 
 
ACUPUNTURA - é muito usada para o tratamento de tendinites, e tem os seus seguidores. Nas patologias crônicas tem pouco resultado, pois nesta fase geralmente o tendão já se encontra com mudança na sua estrutura celular. Para as lesões agudas é um tratamento interessante para aliviar a dor e fazer com que o paciente suporte melhor um tratamento fisioterápico.
 
 
TOXINA BOTULÍNICA - é um tratamento recente, usado principalmente para epicondilite lateral do cotovelo em pessoas que não praticam esportes. Não aconselho o tratamento, apesar de alguns trabalhos da literatura mundial falar do benefício num curto prazo. O princípio é o de você bloquear a atividade muscular na região do tendão acometido, fazendo com que a lesão cicatrize espontaneamente.
 
 
INFILTRAÇÃO COM CORTICÓIDES - esta é um terapia muito difundida, mas que infelizmente não encontra respaldo na literatura médica em termos de cura da lesão. Todos os trabalhos que temos com relação a melhora da lesão são trabalhos que deixam muito claro que as melhoras ocorrem por um curto intervalo de tempo - dificilmente os trabalhos que falam a favor da infiltração com corticóides demonstram seguimentos clínicos maiores do que 1 ano. Por outro lado, na parte de estudos científicos básicos, já está mais do que provado que o corticóide afeta o tenócito, a célula principal que compõe os tendões. Pessoalmente eu reservo as infiltrações para as bursites de ombro somente, não realizando diretamente nos tendões.
 
 
CIRURGIA - como quase tudo em ortopedia, a cirurgia no caso das tendinopatias tem a sua indicação, mas esta deve ser muito precisa e cada tendão tem o seu enfoque. O conceito da cirurgia deve englobar a ressecção de tecidos desgastados aliado a promoção de uma melhor vascularização no local, para que a cicatrização se dê da melhor forma possível. Em alguns casos, como temos que ressecar muito tecido no tendão, temos que fazer transferências tendinosas para dar um reforço no tendão, para que ele não fique mais frágil. Hoje em dia a colocação de fatores de crescimento derivados de plaquetas (processados a partir do sangue do próprio paciente) melhoram a cicatrização tecidual, e são um importante campo de pesquisa que está se abrindo na literatura médica mundial. Os estudos ainda estão no início, mas são promissores na area de medicina esportiva. Nos últimos 24 meses tratamos 20 casos com esta técnica, que tinham indicação de cirurgia para correção, e em 18 deles os atletas voltaram a jogar sem precisar do procedimento.

 
Abraços a todos e bons jogos
 
 
Dr. Rogério Teixeira da Silva
Ortopedista e Médico do Esporte


FONTE: TENISPROSHOP.COM.BR

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Sweet Spot

 

Sweet Spot

 

Sweet Spot ou "Ponto Doce" de uma raquete, é uma determinada área ovalada próxima a região central das cordas. 

É onde deveríamos e gostaríamos sempre de bater e rebater as bolas!

Fazendo uma analogia, é o "chute na veia" do futebol. ·

Note que quando batemos a bola fora deste Sweet Spot, o aro tende a produzir efeitos indesejáveis como torção e vibração exagerados. Esses efeitos repetidos por algum tempo, podem causar inúmeros incômodos ao braço, entre eles o temido Tennis Elbow

Portanto, jogadores recreacionais devem usar de preferência, raquetes com grande Sweet Spot, geralmente encontrados nas raquetes de perfil largo, com menor número de cordas e maior área de cabeça. 

Fonte: tenisproshop

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Identifique seu swing !!



Swing

É o movimento de braço e corpo que o tenista faz ao rebater a bola.

Em geral nato de um indivíduo, o tamanho do swing pode ser modificado durante sua carreira tenística, mas o mais comum é que ele mantenha seu desejo natural de fazer tal movimento.

O tamanho do swing modificado forçadamente, ao longo de uma carreira, pode trazer alguns incômodos físicos. Portanto, se você não tem pretensões profissionais, fique com aquele que a natureza lhe definiu.

Obviamente muitos principiantes não sabem ler o próprio swing. Nesse caso sugerimos o seguinte exercício:

Com uma raquete de tênis empunhada na mão, peça para alguém lançar uma bola de tênis a um metro de distância do seu corpo. Tente rebatê-la! Independente de acertá-la ou não, o curso da raquete em espera até a finalização do golpe, define o tamanho do swing. A partir dai, tente identificá-lo em uma das três figuras abaixo.

Ah! Não tem a raquete e a bolinha de tênis! Então simule a mesma situação com um pedaço de madeira de aproximadamente 70 centímetros de comprimento e 300 gramas de peso, e tente rebater uma bolinha qualquer.

Um swing pode ter "n" tamanhos. Mas para facilitar, vamos dividi-los em três grupos:

 

  

 

Aos jogadores que se enquadram na categoria "swing curto", sugerimos buscar as raquetes geradoras de velocidade de bola, compensando assim seu curto movimento.

Esta característica de velocidade de bola pode ser encontrada nas raquetes de perfil largo, área de cabeça maior, menos cordas (veja potência/controle), comprimento longo, equilíbrio deslocado para a cabeça ou equilibradas e de menor flexibilidade.

Aos da categoria "swing longo", sugerimos as raquetes geradoras de controle de bola. 

Essa característica de controle de bola é comum nas raquetes de perfil fino, área da cabeça menor, mais cordas (veja potência/controle), comprimento padrão, equilíbrio deslocado para o cabo ou equilibrada e mais flexíveis.

E, aos jogadores com swing médio, bastante comum aos tenistas brasileiros, vamos sugerir as raquetes com boa relação velocidade/controle de bola. Ou seja, as de perfilárea de cabeça, número de cordas (veja potência/controle), comprimentoequilíbrio e flexibilidade intermediários.

Considerações gerais.

É muito importante saber que, tentar adaptar seu swing a uma determinada raquete é um erro grave. Isso pode afetar sua evolução em quadra e a saúde de seu braço. O correto é encontrar uma raquete que se adeque ao seu swing.

Não menos importante é saber que, o tamanho do swing não representa necessariamente a qualidade de um jogador. Como exemplo, podemos afirmar que não são poucos os profissionais com swing curto e principiantes com swing longo.

É possível uma raquete ser adequada a dois tamanhos de swing! Mas, use isso como recurso e não como regra. 

Veja o exemplo:

Uma raquete para jogadores com swing médio, pode ser usada por outro com swing curto, desde que se use recursos para aumentar a velocidade de bola, como cordas finas e baixa tensão.

A mesma raquete (para jogadores com swing médio) também pode ser usada por jogadores com swing longo, bastando usar cordas grossas e tensão maior.

Agora veja o resumo de todas as possibilidades:

Jogadores com swing curto podem usar raquetes para swing médio (com cordas finas e baixa tensão).

Jogadores com swing médio podem usar raquetes para swing curto (com cordas grossas e alta tensão).

Jogadores com swing médio podem usar raquetes para swing longo (com cordas finas e baixa tensão).

Jogadores com swing longo podem usar raquetes para swing médio (com cordas grossas e alta tensão).

É da união do "seu swing & raquete ideal" que nasce o prazer de jogar e evoluir no tênis.

Persistindo a dúvida, fale com o Jairo.

 Fonte: TenisProShop