Existem dois fatores
causadores do tennis-elbow (EPICONDILITE) * mais relevantes que a escolha do equipamento:
técnica e condicionamento físico.
A grande maioria dos que tiveram tennis-elbow voltaram a sentir dores após o tratamento médico e fisioterápico. Esta reincidência normalmente ocorre devido ao não tratamento da causa do problema, a qual está intimamente ligada à técnica (maneira com que o tenista golpeia a bola).
Portanto, para resolver o problema definitivamente, não adianta apenas parar de jogar/treinar, tratar a lesão e voltar para a quadra com uma técnica incorreta. Se o tenista não melhorar a mecânica de seus golpes, o problema voltará, ocorrendo o seguinte ciclo:
Sendo assim, este artigo tem como objetivo oferecer dicas técnicas
que auxiliem os tenistas que sofrem de tennis-elbow, além de promover
uma maneira de golpear a bola com maior potência e menor esforço físico,
visando portanto a otimização.
Vale ressaltar a importância de procurar um médico, de preferência especializado em Medicina Esportiva, ao primeiro sintoma de dor. Este procedimento poderá evitar o agravamento da lesão.
Golpes de Fundo de Quadra (ground strokes)
1. Executar o contato raquete-bola à frente do corpo.
Esta é uma das dicas mais comuns entre os professores de tênis, mas vamos entender as vantagens:
2. Antecipar a preparação (backswing).
Os golpes típicos do fundo de quadra - direita (forehand) e esquerda (backhand) - devem seguir a seguinte ordem de movimento: 1) preparação; 2) passos de ajuste; e 3) terminação. No momento em que a bola tocar a sua quadra, procure já ter finalizado a preparação. Com isso você terá mais tempo para ajustar a posição de seu corpo em relação à bola, evitando o contato atrasado que, como já vimos anteriormente, pode causar lesões.
3. Aumente a terminação (follow-through).
Todos os golpes do tênis possuem três fases: 1) fase de aceleração da raquete; 2) contato raquete-bola; e 3) fase de desaceleração da raquete. Independente do efeito com que você bate na bola, procure sempre fazer uma terminação bem ampla. Assim você terá mais tempo para desacelerar a raquete suavemente, sobrecarregando menos o cotovelo/antebraço.
4. Aumente o tempo de contato raquete-bola.
Aumentando o tempo de contato entre as cordas da raquete e a bola, o “efeito estilingue” entre elas será mais eficiente: as cordas deformam mais e consequentemente transferem maior quantidade de energia para a bola. Assim você terá que acelerar menos a raquete, “economizando” o cotovelo / antebraço. Dica bem prática para aumentar o tempo de contato: “bata e acompanhe a trajetória da bola com a cabeça da raquete”.
Voleio
5. Utilize o “slice” para volear.
Uma dica muito importante para o voleio é utilizar o efeito slice, também conhecido como “underspin”. Procure “cortar” a bola, movendo a raquete de cima para baixo, isso aumentará a amplitude do golpe, evitando uma brusca desaceleração. Além disso, o efeito slice mantém a bola baixa após o contato com o solo, dificultando a devolução do adversário.
Saque
6. Lance a bola à frente do corpo
N
o lançamento da bola (toss), procure colocá-la em um ponto a sua frente. Isso obrigará você a “buscar” a bola, estendendo os joelhos, quadril e cotovelo. Desta forma você vai utilizar todo o corpo para sacar, diminuindo a responsabilidade do cotovelo/antebraço na execução do saque. Se você lançar a bola acima de sua cabeça, não poderá utilizar todo o corpo e acabará sacando “só com o braço”.
Se você for destro, procure sacar da direita para a esquerda, assim sua terminação será mais ampla. Os canhotos, obviamente, devem sacar da esquerda para a direita. Portanto, durante a execução do saque, seu braço dominante (que segura a raquete) deve cruzar o tronco. Se isso não acontecer, além de ter de desacelerar bruscamente a raquete, você terá de flexionar o punho (snapp) com grande amplitude. Esses dois movimentos são altamente lesivos.
7. Terminação ampla
Para Todos os Golpes
8. Utilize a empunhadura adequada
Se você utilizar uma empunhadura inadequada, seus movimentos para golpear a bola necessitarão de grande esforço e portanto terão maiores chances de lesionar seu braço.
Abaixo, segue a lista das 7 empunhaduras mais utilizadas no tênis, bem como a maneira correta de segurá-las:
Assim sendo, tenistas que sofrem de tênis-elbow devem utilizar as seguintes empunhaduras:
Parece uma dica óbvia… mas é só ficarmos cinco minutos assistindo a uma aula de tênis para ouvirmos o professor dizer esta frase, talvez a mais clássica dentro do ensino do tênis.
Apesar de óbvia, procure olhar ainda mais a bola, a fim de acertar o “sweet-spot” da raquete. Mas o que é sweet-spot? É a região do encordoamento da raquete onde ocorre a menor transferência de vibração para o braço, além é claro, de impulsionar mais eficientemente a bola.
Procure olhar para a bola desde o momento em que esta toca as cordas da raquete de seu adversário e tente “achar” a costura ou a marca da bola. Isso vai melhorar sua concentração. Repare como os grandes jogadores olham radicalmente a bola:
10. Lei dos mais fortes
Procure travar o punho e utilizar mais o ombro. Com isto, você terá as seguintes vantagens:
§ o ângulo de contato entre as cordas da raquete e a bola irá variar menos, aumentando a precisão do golpe;
§ sendo o ombro uma articulação maior e mais forte que o cotovelo, você terá menor chance de lesões.
Bibliografia:
BRODY, H. Tennis science for tennis players. University of Pennsylvania Press, Philadelphia, 1.989.
CARROLL, R. Tennis Elbow: incidence in local league players. British Journal of Sports Medicine. 15(4): 250-256. 1981.
GROPPEL, J.L.; SHIN I.; THOMAS J.A; WELK, G.J. The effects of string type and tension on impact in midsized and oversized tennis racquets. The International Journal of Sports Biomechanics, 3, 40-46, 1987.
PLUIM B.M. Rackets, strings and balls in relation to tennis elbow. In: HAAKE S.J., COE A. (eds.) Tennis Science & Technology. Oxford, London, Edinburgh, Malden, Victoria, Paris, Blackwell Science Ltd., pp. 389-393, 2.000.
PRIEST,J.D.; BRADEN,V.; GERBERICH, S.G. The elbow and tennis - part 1. Physician and Sportsmedicine 8(4): 81-91. 1980a
Author do texto: Professor Ludgero Braga NetoA grande maioria dos que tiveram tennis-elbow voltaram a sentir dores após o tratamento médico e fisioterápico. Esta reincidência normalmente ocorre devido ao não tratamento da causa do problema, a qual está intimamente ligada à técnica (maneira com que o tenista golpeia a bola).
Portanto, para resolver o problema definitivamente, não adianta apenas parar de jogar/treinar, tratar a lesão e voltar para a quadra com uma técnica incorreta. Se o tenista não melhorar a mecânica de seus golpes, o problema voltará, ocorrendo o seguinte ciclo:
Dor Médico –> Pausa –> Tratamento –> Jogo
Vale ressaltar a importância de procurar um médico, de preferência especializado em Medicina Esportiva, ao primeiro sintoma de dor. Este procedimento poderá evitar o agravamento da lesão.
Golpes de Fundo de Quadra (ground strokes)
1. Executar o contato raquete-bola à frente do corpo.
Esta é uma das dicas mais comuns entre os professores de tênis, mas vamos entender as vantagens:
- Facilita a transferência do peso do corpo sobre a bola. Isso diminui a sobrecarga, principalmente sobre o conjunto cotovelo/antebraço;
- Facilita uma ampla terminação (follow-through) do golpe, evitando as intensas contrações musculares causadas pelas desacelerações bruscas;
- Aumenta a liberdade para golpear a bola na cruzada sem a utilização exagerada do punho. Quando o contato é atrasado, a bola tende a sair na paralela.
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Forehand de Hewitt
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Backhand de Calatrava
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2. Antecipar a preparação (backswing).
Os golpes típicos do fundo de quadra - direita (forehand) e esquerda (backhand) - devem seguir a seguinte ordem de movimento: 1) preparação; 2) passos de ajuste; e 3) terminação. No momento em que a bola tocar a sua quadra, procure já ter finalizado a preparação. Com isso você terá mais tempo para ajustar a posição de seu corpo em relação à bola, evitando o contato atrasado que, como já vimos anteriormente, pode causar lesões.
3. Aumente a terminação (follow-through).
Todos os golpes do tênis possuem três fases: 1) fase de aceleração da raquete; 2) contato raquete-bola; e 3) fase de desaceleração da raquete. Independente do efeito com que você bate na bola, procure sempre fazer uma terminação bem ampla. Assim você terá mais tempo para desacelerar a raquete suavemente, sobrecarregando menos o cotovelo/antebraço.
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Terminação curta
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Terminação longa
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4. Aumente o tempo de contato raquete-bola.
Aumentando o tempo de contato entre as cordas da raquete e a bola, o “efeito estilingue” entre elas será mais eficiente: as cordas deformam mais e consequentemente transferem maior quantidade de energia para a bola. Assim você terá que acelerar menos a raquete, “economizando” o cotovelo / antebraço. Dica bem prática para aumentar o tempo de contato: “bata e acompanhe a trajetória da bola com a cabeça da raquete”.
Voleio
5. Utilize o “slice” para volear.
Uma dica muito importante para o voleio é utilizar o efeito slice, também conhecido como “underspin”. Procure “cortar” a bola, movendo a raquete de cima para baixo, isso aumentará a amplitude do golpe, evitando uma brusca desaceleração. Além disso, o efeito slice mantém a bola baixa após o contato com o solo, dificultando a devolução do adversário.
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Voleio de direita de Mirnyi
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Voleio de esquerda de Sampras
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Saque
6. Lance a bola à frente do corpo
N
o lançamento da bola (toss), procure colocá-la em um ponto a sua frente. Isso obrigará você a “buscar” a bola, estendendo os joelhos, quadril e cotovelo. Desta forma você vai utilizar todo o corpo para sacar, diminuindo a responsabilidade do cotovelo/antebraço na execução do saque. Se você lançar a bola acima de sua cabeça, não poderá utilizar todo o corpo e acabará sacando “só com o braço”.
Se você for destro, procure sacar da direita para a esquerda, assim sua terminação será mais ampla. Os canhotos, obviamente, devem sacar da esquerda para a direita. Portanto, durante a execução do saque, seu braço dominante (que segura a raquete) deve cruzar o tronco. Se isso não acontecer, além de ter de desacelerar bruscamente a raquete, você terá de flexionar o punho (snapp) com grande amplitude. Esses dois movimentos são altamente lesivos.
7. Terminação ampla
Para Todos os Golpes
8. Utilize a empunhadura adequada
Se você utilizar uma empunhadura inadequada, seus movimentos para golpear a bola necessitarão de grande esforço e portanto terão maiores chances de lesionar seu braço.
Abaixo, segue a lista das 7 empunhaduras mais utilizadas no tênis, bem como a maneira correta de segurá-las:
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Empunhadura | Posição da palma da mão em relação ao cabo |
Continental | Face 2 |
Between | Entre face 2 e face 3 |
Eastern de Direita | Face 3 |
Eastern de Esquerda | Face 7 |
Semi-Western | Entre face 3 e 4 |
Western | Face 4 |
Full-Western | Face 5 |
- Direita com top spin - Eastern de direita
- Esquerda com top spin (1 mão) - Eastern de esquerda
- Esquerda com top spin (2 mãos) - mão de baixo (dominante): continental; mão de cima (não-dominante): eastern de direita
- Direita com slice - Continental
- Esquerda com slice - Continental
- Voleio de direita - Continental
- Voleio de esquerda - Continental
- Smash - Continental ou between
- Saque - Continental ou between
Parece uma dica óbvia… mas é só ficarmos cinco minutos assistindo a uma aula de tênis para ouvirmos o professor dizer esta frase, talvez a mais clássica dentro do ensino do tênis.
Apesar de óbvia, procure olhar ainda mais a bola, a fim de acertar o “sweet-spot” da raquete. Mas o que é sweet-spot? É a região do encordoamento da raquete onde ocorre a menor transferência de vibração para o braço, além é claro, de impulsionar mais eficientemente a bola.
Procure olhar para a bola desde o momento em que esta toca as cordas da raquete de seu adversário e tente “achar” a costura ou a marca da bola. Isso vai melhorar sua concentração. Repare como os grandes jogadores olham radicalmente a bola:
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Chang
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Kuerten
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Kafelnikov
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10. Lei dos mais fortes
Procure travar o punho e utilizar mais o ombro. Com isto, você terá as seguintes vantagens:
§ o ângulo de contato entre as cordas da raquete e a bola irá variar menos, aumentando a precisão do golpe;
§ sendo o ombro uma articulação maior e mais forte que o cotovelo, você terá menor chance de lesões.
Bibliografia:
BRODY, H. Tennis science for tennis players. University of Pennsylvania Press, Philadelphia, 1.989.
CARROLL, R. Tennis Elbow: incidence in local league players. British Journal of Sports Medicine. 15(4): 250-256. 1981.
GROPPEL, J.L.; SHIN I.; THOMAS J.A; WELK, G.J. The effects of string type and tension on impact in midsized and oversized tennis racquets. The International Journal of Sports Biomechanics, 3, 40-46, 1987.
PLUIM B.M. Rackets, strings and balls in relation to tennis elbow. In: HAAKE S.J., COE A. (eds.) Tennis Science & Technology. Oxford, London, Edinburgh, Malden, Victoria, Paris, Blackwell Science Ltd., pp. 389-393, 2.000.
PRIEST,J.D.; BRADEN,V.; GERBERICH, S.G. The elbow and tennis - part 1. Physician and Sportsmedicine 8(4): 81-91. 1980a
* Tennis elbow (EPICONDILITE)
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