Não é fácil dizer porque isso acontece. Os jovens estão jogando melhor? Os tops atravessam má fase? Acredito que seja uma feliz combinação das duas coisas. Nadal perdeu confiança, Djokovic tem lesões, Murray há muito não produz nada de bom e Federer não tem mais o físico para estar sempre no topo.
Juntando-se tudo isso, abre-se um grande espaço. Por isso vimos Milos Raonic furar o top-10 pela primeira vez neste ano, feito repetido agora por Kei Nishikori. Grigor Dimitrov, que é o 14º, deve ser o próximo. O tênis está se renovando.
Essa renovação do tênis é bastante curiosa de se notar. Há alguns anos, dizia-se frequentemente que a nova geração era fraca e que ficaríamos viúvos de Nadal, Federer e companhia. Foi um grande engano. A nova geração é boa, mas se desenvolve de maneira diferente.
Nota-se isso no velho discurso de ‘o tênis está se tornando cada vez mais físico’. É verdade. Coisas que aconteciam há alguns anos hoje são inconcebíveis, como adolescentes ganhando Grand Slam. Algumas coisas de hoje também eram inimagináveis no passado, como atletas de 35 anos jogando em alto nível por três sets.
Vamos aos números: No ano em que completa 24 anos, Nishikori entra no top-10. No ano em que completou 24, Federer venceu três Grand Slam. Raonic ingressa nos 10 melhores com 23 anos – idade com que Nadal já somava 6 títulos de Major.
Não são argumentos contra a nova geração, mas argumentos a favor de uma evolução mais tardia. Chegar à idade de 22 anos sem um título ATP não é sinal de que um jogador nunca será número 1, mas era há alguns anos. A nova geração demorou, mas está chegando.
O título de Nishikori veio em Barcelona e só não chegou também em Madri porque o japonês sentiu uma lesão. Não fosse ela, ele muito provavelmente derrotaria Nadal. Quem diria, né? Bem-vinda, nova geração.
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