Fonte: http://redeglobo.globo.com
Projeto funciona há 14 anos no bairro Belém Novo, em Porto Alegre
Aulas acontecem de segunda a sexta-feira na quadra no bairro (Foto: Divulgação/WimBelemDon)
Há 22 anos, Luciane e Marcelo Ruschel formam um casal. Há 14, são
responsáveis por projetar, juntos, sonhos na vida de mais de cem meninos
e meninas que têm entre seis e 18 anos e moram nas proximidades do
bairro Belém Novo, em Porto Alegre. Eles são os criadores do
WimBelemDon, um projeto que oferece aulas de tênis e outras atividades
extra-curriculares de graça para jovens em situação de risco na
comunidade.
- Eu passava todos os dias em frente a uma quadra abandonada no bairro e
ficava pensando quantas coisas legais poderiam ser feitas ali. Foi
quando colocaram uma placa de aluga-se na quadra. Eu fui correndo
alugar, depois pensei na concretização do projeto - explica Marcelo
Ruschel sobre o início do WimBelemDon.
As aulas acontecem de segunda a sexta-feira, no turno inverso ao
escolar. Todos os alunos fazem oficinas de matemática, português,
inglês, contação de história, cinema e, claro, tênis. Tudo isso com o
objetivo maior de fazer todos se considerarem como parte da sociedade e
assim possam buscar um futuro positivo .
Uma das melhores alunas de Luciane e Marcelo é Jaleska, que participa
há 10 anos do WimBelemDon e já está na faculdade. A estudante pretende
fazer curso para ser treinadora de tênis e no futuro se tornar árbitra.
Ela conta que o projeto é o principal responsável por suas conquistas:
- Ele abre portas para mundos diferentes da nossa realidade. Acho que
eles (Luciane e Marcelo) são nossos segundos pais. Essa dedicação nos
ajuda a ter esperança de conseguir conquistar esses sonhos. Eles nos
ajudam a sonhar juntos e é muito bom sonhar - revela Jaleska.
O nome curioso é um trocadilho com o torneio de tênis mais tradicional
do mundo, Wimbledon, que acontece em Londres, uma referência ao local
onde os pequenos aprendizes podem chegar. Mas muito mais do que ensinar
um esporte, o projeto busca o desenvolvimento de habilidades e atitudes.
Assim como em quadra eles aprendem a vencer obstáculos, fora dela é
possível projetar o mesmo, possibilitando o sonho de ir além.
- Não é questão de formar bons tenistas e sim bons cidadãos, usar o
tênis como meio de inserção social. São vários elementos positivos que
fazem com que a gente acredite no potencial de todos. Já temos muitos
ex-alunos na universidade, eu acho que dá para fazer mais, é só querer.
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