terça-feira, 24 de abril de 2018



Quando vemos um atleta com mais de trinta anos arrebentando na quadra, piscina ou no campo pensamos como ele consegue por tanto tempo ficar no mais alto nível.
Ao assistir estes dias Nadal e o Ginóbili fiquei sonhando e me perguntando sobre os acertos e caminhos desses atletas. Coloquei os dois, mas poderia facilmente colocar a Fabi Alvim que fez seu último jogo de voleibol em altíssimo nível ou poderia falar do Zé Roberto jogador de futebol que com 40 anos ainda voava em campo.
Em todos os casos, certas características são evidentes.
Começo pelo amor ao que faz. Nada é mais sagrado que amar sua profissão e ir trabalhar com um sorriso no rosto. Amar o que faz nem de perto está associado ao não ter dias ruins, dias que você não quer estar lá ou dias de decisões péssimas. Mas mesmo tocando o fundo do poço ou perdendo jogos importantes a motivação fica intacta e a vontade de treinar aumenta pelo simples amor ao esporte. Trabalhar duro ou treinar por horas com o corpo doendo é muito mais simples se fazemos o que amamos.
Outro ponto que esses caras nos ensinam é ter um objetivo claro. Nadal, Ginobli, Fabi, Zé são pessoas bem diferentes e em esportes individuais ou coletivos, mas uma coisa ele tem em comum. Eles têm ou tinham como objetivo, ser o melhor ou ajudar seu time a ganhar o campeonato, ser reconhecido, ganhar muito dinheiro... Não importa o motivo. Eles têm ou tinham isso claro em suas cabeças todos os dias de suas carreiras.
Terceiro ponto fundamental é a vida regrada. O cuidado com seu corpo e sua mente. Não precisamos ser hipócritas e dizer que atleta não sai, não faz besteira e curte a vida. Sim, ele faz tudo isso, mas com coerência e nos dias que pode. Uma noite mal dormida, uma bebedeira, uma bagunça fora do padrão pode te tirar o título ou simplesmente te tirar a confiança. Na corrida entre os melhores, um escorregão pode ser fatal.
Quarto e último ponto que vou colocar aqui é para mim um dos mais importantes. Colocar a profissão acima de tudo. Eu sei que é duro. Eu sei que para muitos pode parecer maluquice. Mais ainda nos dias de hoje. Mas infelizmente para ser o melhor não podemos deixar de lado a profissão. Quando ainda somos jovens, isso tem que ser mais claro ainda. Quanto mais experientes podemos afrouxar um pouco e jogar com os tempos e responsabilidades.
Com tudo isso a busca por um lugar no topo do que você quiser fazer pode parecer uma consequência. No caso do Nadal, por exemplo, isso não funciona assim. Ele é uma maquina de fazer as coisas certas e se cuidar. Ele é focado e quer evoluir sempre. Manter-se no topo é simplesmente estar perdendo espaço. Ele quer evoluir sempre.
Ser o melhor ou perto disso dá trabalho e é para poucos. Mas se seguimos os passos destes grandes atletas temos uma chance. Sem isso, corremos como se estivéssemos em uma esteira na academia. Não saímos do lugar.
Boa semana a todos.
Fernando Meligeni
Fonte: https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=7526893443653455251#editor/target=post;postID=7400321133026616718


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