Rio de Janeiro (RJ) - Principal nome do tênis
nacional, Gustavo Kuerten marcou presença nesta quarta-feira no Rio Open
e como de costume falou um pouco de tudo relacionado à sua carreira, à
sua vida e ao esporte. O momento mais crítico de sua coletiva de
imprensa foi a avaliação dos benefícios que a Copa do Mundo irá trazer
para o Brasil neste ano.
"Não consigo enxergar grandes benefícios além de poucos
investimentos. Os estrangeiros vão adorar, nós é que não vamos gostar,
porque o que foi prometido não foi feito. Os aeroportos não ficaram
prontos, gerou-se uma expectativa, mas o compromisso não foi cumprido
(melhorias no país). Isso causa um grau de insatisfação", disparou o
catarinense ex-número 1 do mundo.
"Vergonha o Brasil não passa. O que pode acontecer é aparecer toda a
realidade que é o país ainda. A gente sofre de dificuldades desde o
básico. A Copa vai ser em dois meses, tem um potencial de contagiar as
pessoas, e vai terminar", declarou Guga, que mudou o tom quando se
referiou ao torneio. Ele gostou tanto do ambiente que mostrou sentir
saudades da época de jogador.
"Quando eu saí do estacionamento daqui e olhei para o Cristo, a
vontade que deu pra jogar aqui no Rio. Estou chegando agora, mas pela
televisão está bacana, muito bonito", comentou o ex-número 1. Só que ele
não foi apenas elogios ao torneio: "(David) Ferrer me comentou que a
quadra está com muito pó no fundo, mas acho válidas essas opiniões dos
tenistas".
O tricampeão de Roland Garros lembrou que suas conquistas não
conseguiram sozinhas fazer o tênis crescer tanto no país. "Temos 15% de
jovens que jogam tênis e destes, poucos ficam. Na minha época, cheguei a
pagar para jogar uma Copa Davis juvenil. Fui o número 1 do mundo e não
foi o suficiente para transformar o tênis", disse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário