Timothy Gallwey é considerado por muitos o
“pai do Coaching”. Tenista profissional e capitão do time da
Universidade de Harvard, Gallwey passou a atuar como treinador de tênis
na década de 70. Já no início de sua carreira, percebeu que os
treinamentos convencionais pecavam em não abordar questões
comportamentais que comprometiam a performance dos atletas. Entendeu que
sua melhor contribuição como treinador não era ensinar e sim ajudar os
alunos no processo de aprendizado, dentro daquilo que fazia sentido para
cada um.
Essa abordagem fez grande diferença em sua
forma de trabalhar, pois o fez pensar sobre o que se passava na cabeça
dos tenistas enquanto estavam treinando, os diálogos internos que
aconteciam no momento em que entravam na quadra. Concluiu que uma
partida de tênis é jogada, simultaneamente, em dois níveis: na quadra e
na mente.
O jogo interior, aquele que ocorre na mente do jogador, é
disputado contra adversários como falta de concentração, ansiedade,
insegurança, medo, nervosismo – enfim, toda interferência capaz de
inibir o bom desempenho do atleta. Invisíveis, esses adversários
costumam ser muito mais poderosos que o oponente do outro lado da rede.
Como forma de preparar-se para ajudar seus
atletas a derrotar os adversários do jogo interior, Gallwey passou a
estudar técnicas de meditação e aprofundou-se nos estudos sobre
comportamento e desenvolvimento humano. O resultado desse trabalho foi
publicado no livro “O Jogo Interior de Tênis”. O novo método de
treinamento desenvolvido por Gallwey fez tanto sucesso que em pouco
tempo foi levado para outros esportes e também para a música. Mais tarde
o método foi adaptado para o ambiente corporativo, no desenvolvimento
de competências através do Coaching.
Segundo Gallwey, a performance de um
jogador equivale ao seu potencial menos as interferências. Ao analisar o
ambiente corporativo, facilmente conclui-se que a mesma definição de
performance pode ser aplicada ao contexto profissional. Os adversários
do jogo interior nas empresas não parecem ser muito diferentes daqueles
observados no esporte. Frequentemente, profissionais das mais diversas
áreas de atuação travam embates internos contra o medo, insegurança,
desmotivação, falta de concentração, frustração e falta de perspectiva.
Quando não conseguem vencer esses oponentes, deixam a desejar em
desempenho e resultados.
O treinamento contra os oponentes do jogo
interior passa invariavelmente por autoconhecimento. Reconhecer a origem
das interferências negativas é o primeiro passo. Questionar a validade
dessas interferências é ainda mais importante, pois muitas delas podem
estar baseadas em crenças que foram válidas no passado, mas que já não
fazem mais sentido. Para aquelas que permanecerem válidas, cabe o
exercício de ampliar o campo de visão, de explorar as possibilidades e
os recursos disponíveis para que possam ser eliminadas. Será que tudo já
foi tentado? O que é possível aprender com os resultados obtidos até
aqui? O que pode ser feito de forma diferente? Que recursos estão sendo
deixados de lado? Que pontos fortes podem ser utilizados nessa questão?
Que pessoas podem contribuir com uma nova perspectiva?
O jogo interior faz sentido para você? Da
forma como você está jogando, sente-se mais próximo ou mais distante de
seus objetivos de carreira?
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