Fonte: http://www.ricardotakahashi.com.br
O tênis é um jogo em transição de um
esporte que requer coordenação, agilidade e habilidade específica para o
tênis e que também demanda potência e condicionamento físico.
Entretanto, esta evolução não tem alterado a epidemiologia das lesões no
tênis. A maioria são torções ou lesão por sobrecarga repetitiva.
Lesões traumáticas agudas que
são relativamente incomuns incluem: estiramento dos adutores, reto
femural, isquitibiais, entorse de tornozelo e ocasionalmente lesão
meniscal. Tennis Leg é uma ruptura parcial da cabeça medial do
gastrocnêmio durante uma arrancada da perna afetada, enquanto que Tennis
Toe é um hematoma subungueal causado pela compressão dos dedos dentro
do tênis e ocorre mais comumente em quadras duras.
A “canelite” e a
síndrome do estresse tibial medial pode ocorrer em tenistas que mudam
seus hábitos de treinos. Os tenistas podem reclamar também de fasceíte
plantar, calos e bolhas (mãos e pés). Bolhas são mais comuns durante os
tempos quentes e úmidos, com calçado novo, ou deslizamento do pé no
calçado em superfícies de alta fricção (quadra dura).
O Tenis Elbow (epicondilite
lateral - cotovelo de tenista) tem sido relatado tendo como fatores de
risco como: mecanismo do golpe, idade, freqüência de jogo e vibração da
raquete. A epicondilite lateral geralmente ocorre em praticantes
recreacionais entre 30 a 50 anos de idade (três a quatro vezes por
semana) ou inexperientes que não tenham boa técnica, particularmente o
backhand e inadequado condicionamento. Raquetes pesadas, rígidas, com
tensões altas na corda e empunhadura de tamanho incorreto são também
fatores que contribuem para a lesão.
A epicondilite medial é menos
comum do que a epicondilite lateral, mas pode ser visto em jogadores que
tentam bater na bola com excessivo “top spin” (efeito) no forehand ou
máxima pronação no saque.
A fratura por estresse na ulna tem sido reportado por tenistas que usam o backhand com duas mãos. Problemas no ombro são comuns
em jogadores mais velhos e em tenistas de elite. A maioria dos problemas
do ombro são similares a esses de outros atletas de arremesso:
pinçamento e instabilidade. Tem sido encontrado em ombro dominante de
tenistas de elite aumentada flexibilidade na rotação externa e diminuída
flexibilidade na rotação interna.
Lesões no punho em tenistas
podem ocorrer de trauma direto ou mais comumente por sobreuso. A
síndrome De Quervain, tendinite do extensor radial curto e longo do
carpo e do flexor ulnar do carpo, podem resultar de estiramento
excessivo dos músculos durante o saque, excessiva contração excêntrica
dos músculos que estabilizam o punho nos golpes que não atingem o centro
da raquete ou técnica inadequada. Lesão da fibrocartilagem triangular
pode ocorrer em tenistas com dor no punho no lado ulnar.
O golpe mais associado com
lesões no tênis é o saque, geralmente também considerado o mais
importante golpe no jogo. Este é o mais agressivo dos golpes e requere
movimento intergrado das pernas, tronco e braços para minimizar riscos
de lesões e maximizar performance. As forças de reação do solo são
transmitidas para a coluna pelos joelhos e quadris, forçando a lordose e
rotação externa do ombro. Músculos como o reto abdominal, oblíquos
internos e oblíquos externos flexionam e rodam a coluna no saque. A
fáscia toracolombar age como ponto de origem para múltiplos músculos
paravertebrais que contraem excentricamente para desacelerar a flexão da
coluna. Como resultado disso temos:
Estiramento do reto abdominal,
músculo paravertebrais e lesão miofascial toracolombar. A força de
rotação axial e flexão lateral também pode produzir hérnia discal. A
espondilólise ocorre ocasionalmente em tenistas, presumidamente devido a
hiperextensão repetitiva. A disfunção da articulação sacroilíaca é
relativamente comum em tenistas, sendo o mecanismo mais comum o salto
durante o saque, saltar sobre um membro pode induzir a uma translação
pélvica e uma flexão/rotação da coluna em uma rotação interna do
fêmur. Fratura por estresse da articulação sacroilíaca também tem sido
reportado nesses atletas.
Acima de 40% dos tenistas profissionais, desistem de um torneio por ano devido a dor lombar.
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