Viviam-se os loucos anos da década de 1920 quando o capitão da equipa
francesa de ténis, Allan H. Muhr, apostou com René Lacoste uma mala de
pele de crocodilo se este conseguisse que a equipa francesa, conhecida
pelos mosqueteiros, fizesse um bom jogo na Taça Davis. Et voilá!
A
aposta, testemunhada por um jornalista do Boston Evening Transcript,
George Carens, foi descrita neste vespertino, onde surgiu, pela primeira
vez, a referência ao crocodilo. O público adotou, mais tarde, esta
alcunha para descrever o estilo e a tenacidade do empreendedor. O seu
amigo Robert George, ilustrador, foi o responsável pelo desenho do
animal que René Lacoste passou a ter bordado em todos os blazers que
usava nos campos de ténis.
Na
realidade, René Lacoste perdeu o jogo que esteve na origem da aposta e
só viria a conquistar a sua primeira vitória em 1927. Mas, além da sua
tenacidade, o seu estilo era referência até na imprensa desportiva, que
elogiava a sua classe e elegância. O polo Lacoste representava tudo
isso, sobretudo tenacidade, elegância e descontração. E foi o início de
uma ligação entre moda e ténis que continua até hoje, passando a ser,
inclusive, uma das tendências incontornáveis nesta estação.
Foi
também nos anos da década de 1920 que a irreverência começou a invadir
os jogos femininos com as jogadoras de ténis a trazerem a influência das
roupas usadas em cocktails para os campos de ténis, a subirem a bainha
das saias dos tornozelos para os joelhos e a deixarem descair as
cinturas, como era típico da altura. Se, nos anos 30, as silhuetas
ganharam contornos mais femininos e as bainhas continuaram a subir, na
década seguinte, foi uma atriz a causar frufru nos courts de ténis.
Katherine
Hepburn atreveu-se a rejeitar a tradicional saia e optou por uns
elegantes calções de cintura subida. Não sabemos se ganhou muitos jogos,
mas conquistou certamente a simpatia e a admiração de muita gente.
Saias plissadas e mais rodadas, polos de alças e mangas cavas foram
conquistando aos poucos os corpos femininos de quem se movia pelos
campos de ténis, ainda que o branco teimasse em ser a cor central deste
jogo.
Confiram algumas fotos sobre a evolução das roupas femininas:
Maria Sharapova (London 2012) – Hélène Prevost (Paris 1900)
Passo-a-Passo:
Nenhum comentário:
Postar um comentário