terça-feira, 11 de setembro de 2012

Psicologia no tênis infanto-juvenil. Por Maira Brenner



Queridos parceiros do tênis!

"Você precisa ser fiél ao seu ponto forte". 



     Federer, com essa mensagem postada e destacada em reportagem deste blog, exibe sua incrível e apaixonante capacidade mental, nos levando a refletir e comentar sobre a urgente necessidade de valorizarmos o que nossos futuros tenistas têm e fazem de melhor.

     Em meu trabalho de acompanhamento psicológico com tenistas infanto-juvenis tenho observado um elevado estado de ansiedade (auto-cobranças exageradas e até mesmo infundadas) nesses pequenos atletas frente aos seus resultados nas competições, bem como sua performance nas mesmas. Como exerço minha atividade baseada em possibilidades e sem certezas absolutas traço a hipótese de estarem sentindo a pressão de uma expectativa exacerbada por parte dos adultos, tendo que responder com um desempenho psicológico para os quais ainda não estão preparados e amadurecidos. As idealizações projetadas pelos pais e ou responsáveis, geralmente, não correspondem a realidade. Esses futuros tenistas estão em pleno desenvolvimento físico, cognitivo e emocional, (biopsicossocial), aprendendo a lidar com suas emoções (elas são demasiadas intensas num jogo de tênis!) e, estruturando crenças a respeito de si, dos outros, do mundo e do futuro. Precisamos ajudá-los e orientá-los neste processo, sem críticas nem cobranças em seus desempenhos.  Se a pressão for grande, inadequada para a idade que se encontram, podem formar crenças de incapacidade e desvalia ("eu não sou capaz, eu não tenho valor"). 



     É hora de valorizarmos e reconhecermos suas qualidades, focar no que eles têm de bom, lembrando que as crianças verbalizam ou expressam o inconsciente dos pais. Um gesto ou um olhar, dependendo do tom e doçura, podem estimulá-los a jogar com alegria e prazer ou levá-los a desistir deste esporte espetacular. Expressões psicossomáticas como dores e desconforto no corpo,  choros inclusive, muitas vezes, gritam aquilo que nossos tenistas infanto-juvenis não conseguem dizer ou que não podem falar, pela ausência de uma escuta genuína e ou falta de compreensão!). 

     Atualmente, pequenos tenistas, de 10 a 12 anos, já estão sofrendo dos efeitos do overtraining! 


     Certamente, alguma coisa lhes está sendo prejudicial! Acredito que é o momento de pararmos para pensar sobre.

Um grande abraço!

Maira Brenner 


Vejam quem é Maira Brenner em: 

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